Obra em progresso

Não entendo nada mesmo de internet. Quer dizer, li e ouvi histórias sobre sua invenção, recebo e escrevo e-mails e dou umas olhadas no Google e no YouTube. Mas para onde vai tudo o que escrevemos, gravamos e desenhamos on-line? Essas perguntas neometafísicas me ocorreram por causa de uma observação de Hermano Vianna sobre o sumiço do blog Obraemprogresso. Foi num artigo em que ele celebrava meu aniversário. Quase não agradeci a ninguém pelas homenagens e pelos carinhos. Sabia que não saberia fazer isso. Agora mesmo, não estou agradecendo a Hermano. Pelo menos não como devo. Apenas lembrando o detalhe dessa pergunta pelo blog. Será que desapareceu para sempre? Hermano tinha me dito que a gente fechava o blog e ele ficava ali aberto a visitação, como se fosse um museu, embora ninguém pudesse mais postar comentários ou o que fosse. Quando li que ele nada encontrara ao procurá-lo, pensei que fosse uma brincadeira. Mas senti que o tom era mais para o sério. Fui conferir. De fato não se vê mais nada. Tenho aqui no cabeçalho do vídeo do meu laptop “obraemprogresso” ao lado de um quadrilátero feito de linha interrompida. Acho que aprendi que isso indica que aquilo que o quadrilátero representa não se abre mais, não tem onde esteja. Não me lembro de tê-lo visto com linhas inteiras. Não sabia desse código. Sei agora? Não. Apenas suponho. O fato é que “Firefox can’t find the server www.obraemprogresso.com.br” (Firefox não pode encontrar o servidor obraemprogresso.com.br). Hermano falou em nuvem. E se lamentou. Eu também lamento a desaparição dessa parte tão interessante da minha vida. No blog eu escrevia mais do que aqui. E lia dezenas de comentários de pessoas que depois se tornaram amigas ou camaradas. Tem reflexões tão irresponsáveis quanto as que fazemos em conversas de bar. Tem diálogos amigáveis e polêmicos sobre mil assuntos. Não sei desde quando a linha tornou-se pontilhada (será que é mesmo esse o sinal?). Mas fiquei meio vazio por dentro quando li a resposta do buscador. Por exemplo: agora mesmo estou a meio (meio mesmo) da enorme “Gramática Pedagógica do Português Brasileiro”, de Marcos Bagno, e adoraria reler as discussões que tive sobre e com os sociolinguistas. Tem de haver uma sabedoria que brote como que repentinamente de vários lados, os quinaus dos sociolinguistas podendo contribuir bastante. Esse desejo me deixa um tanto impaciente com as firulas. Sempre vi o sucesso dos professores de gramática na mídia como um bom sintoma: é a fome que os brasileiros têm de conhecer e dominar os mecanismos da língua. A vaidade, a vergonha de errar, a alegria de entender — tudo isso é amável. E todo esse saber que se desenvolveu com as gravações da fala de pessoas de várias classes e regiões não pode se opor tão facilmente às regras que se organizaram séculos antes de o gravador portátil ser inventado. Também gosto de “poetisa” e “maestrina”, mas não gosto de “presidenta”.

Ah! Há a à

Marcos Bagno propõe, no curto trecho que dedica, em seu livro de mil páginas, à crase do artigo “a” com a preposição “a”, que simplesmente passemos a pôr um acento grave na preposição. Pronto. Ele se demora em explicar vários outros casos de crase mas faz questão de mostrar posudo desprezo pelo caso mais famoso, mais popular, aquele que é conhecido como a crase. Qualquer pessoa medianamente letrada fala na crase. A frase atribuída a Otto Lara Resende (mas que parece que foi criada por Ferreira Gullar), “A crase não foi feita para humilhar ninguém”, faz sucesso porque todo mundo quer saber o que é a crase, quais as “regras da crase”. Enquanto vários professores de gramática tentam orientar os milhões de sedentos de saber, o sociolinguista prefere despachar o assunto e subscrever certas placas de estrada (peças postas ali pelo poder público) que exibem coisas como “Retorno à 500 metros”. Recebo e-mails com indicação indevida de crase enviados por jornalistas, doutores e universitários. Encontrei ocorrências nos dois livros que estou lendo ao mesmo tempo: a autobiografia de Edir Macedo e as entrevistas de Mangabeira para a série Encontros. Na dúvida, o inseguro revisor ou missivista pespega um acento grave em qualquer “a” que não seja um mero artigo. Às vezes até mesmo quando ele é um mero artigo.Nos livros que estou acabando de ler, encontrei também casos tipo “leis que no final do século XIX tinham sido superadas há mais de 10 anos”. Ou seja, quem escreve não tem em mente que esse “há” aí é um verbo — se tivesse, o conjugaria no passado. O “há” passou a funcionar como uma preposição. Há tanta gente que se enrola com a crase dos “as” quanto as que se enrolam com “daqui a cem anos” e “isso se passou há muito tempo”. Recebo o mesmo número de e-mails de gente letrada com confusão entre “a” e “há” quanto entre “a” e “à”. Seria o caso de considerar o “há” de “há muito tempo” como uma preposição e grafá-lo, à Bagno-Alencar, com um acento grave: “ouço essa conversa à décadas”. Aliás, já encontrei isso também. Além de tudo isso, desagrada-me que a conjugação dos verbos na segunda pessoa do plural seja tida como algo morto por só se encontrar na Bíblia. Conheço enorme número de pessoas que só leem a Bíblia. E que o fazem sempre. Se a solenidade de que se reveste a religião levou os editores do Livro Sagrado, em português como em inglês, a manter velharias como o “vós” e o “thy”, os milhões de receptores das palavras reveladas deveriam entrar na conta sociológica do linguista de maneira diferente.

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios

Muito bonito o filme “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, de Beto Brant e Renato Ciasca. Quem vê Canal Brasil se lembra de que já sentimos que cenas de sexo serviam para produtores e diretores pensarem que assim imprimiriam força em obras que de outro modo não teriam força nenhuma. O que, é claro, as fazia ainda mais fracas aos nossos olhos. Isso chegou a um grau tão alto que passamos a imaginar que pessoas nuas em contato íntimo esvaziariam qualquer filme brasileiro. As exceções existem, mas não são suficientes (nem em número nem em intensidade) para desfazer o mal-estar. O fato de esse problema desaparecer no filme de Brant e Ciasca não é o maior dos seus méritos. O que parece incrível. É mais o modo como drama interpessoal e quadro social se entrecruzam no filme, com o roteiro sendo suficientemente dramático e sugestivo sem seguir sejam as regras dos filmes convencionais, sejam os vícios dos filmes de arte. Faz anos que não vejo um flashback tão bem chegado, tão independente de qualquer indicação de que se trata de um flashback e, no entanto, funcionar como histórico da personagem já conhecida de maneira clara e forte. Os atores estão muito bem (e a figuração luxuosa do povo paraense, cantando magnificamente bem nas reuniões religiosas, que parecem uma síntese de Teologia da Libertação católica, neoevangelismo e Santo Daime), mas Camila Pitanga é um acontecimento que faria o filme ser importante se fosse só pela sua atuação. Todos conhecemos Camila. Em “Redentor”, filme não suficientemente valorizado, ela era uma das mais belas mulheres da história do cinema, sendo Sophia Loren, Elizabeth Taylor e Ava Gardner ao mesmo tempo — sem se parecer com nenhuma delas. Mas aqui, ainda que, de fato, a gente saiba que receberia más notícias de lábios tão lindos, ela nos dá a boa nova da grande força artística.

Condomínios fechados, cabeças abertas

É muito por causa de Nara que eu desejo dissuadir os dirigintes da Odebrecht de manter o nome Tropicália no projeto de condomínio que eles estão construindo em Salvador. Dizem-me até que este seria nas bordas da floresta que fica entre a Orla e a Paralela, na altura do Parque de Pituaçu. Ao anunciá-lo, o site da empresa dizia tratar-se de uma homenagem "ao movimento encabeçado por Caetano Veloso e Tom Zé. Nomes de outras canções minhas estavam sugeridos para praças internas. Será que os compradores de apartamentos gostariam de viver num lugar que se vende como homenagem sabendo que o(s) homenageados(s) não quer(em) que suas obras nomeiem o empreendimento? Homenagem é a que a Escola de Samba Águia de Ouro, de São Paulo, vai prestar ao movimento tropicalista. Para isso tomo um avião e vou a Sampa juntar-me a Rita Lee. Os organizadores, ao expor seu enredo, mostraram conhecimento do que significa a Tropicália. Mas um condomínio fechado, como parte do modo desregulado como vem se dando o crescimento da Cidade do Salvador, não condiz com nosso trabalho: nem o meu, nem o de Tom Zé, nem o de Gil, nem o de Rita, nem o dos irmãos Baptista, nem o de Duprat - nem o de Nara.

Cemitério

A ladeira do cemitério de Santo Amaro era um lugar bom para conversar de tarde. Carlinhos de Edite sentia sempre muito calor, por isso liderava a ida de uma pequena turma para deitar no cimento da ladeira, em suas pedras, no meio da tarde. A gente não tinha medo. Quando, anos antes, eu morava ainda na Rua Direita, ir até o portão dos fundos à noite, sabendo que o cemitério estava logo ali atrás da casa de seu Iosinho Freitas, dava medo. Arrodear o quarteirão e passar pela frente do portão do cemitério de bicicleta foi uma aventura que não sei se vivi (na garupa de um adulto) ou se imaginei assustado. Talvez eu tenha vivido mesmo. Dei a volta cheio de medo, mas saí da experiência muito mais destemido. Depois, já morando na Rua do Amparo, uma antes da Estrada dos Carros, onde o cemitério fica, eu já não tinha quase medo. Nessas idas à tarde, medo nenhum. A brisa fazia tudo ficar agradável, embora para subir a ladeira a gente tivesse de transpor o portão de ferro batido. Santo Amaro fica numa baixada. Faz muito calor fora do inverno. O cemitério era o único ponto urbano situado sobre uma colina. A Igreja da Purificação fica numa parte um tanto elevada da praça grande e, com os degraus do adro somando-se a isso, tem-se um pouco de vento — de “viração” — à tarde. Mas nada se compara ao cemitério. O resto é muito quente. Eu sempre gostei de calor. Mas muita gente que nasceu em (e nunca viveu fora de) Santo Amaro percebe o calor como um defeito insuportável do mundo. Carlinhos era assim. Minha irmã Clara é assim. Muitos amigos meus europeus sofrem frio no Rio — para não falar em São Paulo ou Curitiba. No meio de julho alguns deles poderão sentir frio em Santo Amaro. Ontem eu senti tanto calor em Santo Amaro que cheguei a suar minha camisa branca. Nem no cemitério a brisa parecia amenizar a temperatura.

Raul Seixas, Nirvana, Prince...

O rock dos anos 80 foi mais injusto com Erasmo e Raul do que com os tropicalistas. Mas os anos passam e as coisas vão se acomodando. É a história. Imprevisível em seus fins mas acompanhável em seus processos. Se há uma canção que alguém como eu tem de admirar de modo exaltado é “Ouro de tolo”. Sobretudo com aquela gravação, paródia de “Detalhes”, de causar inveja a qualquer tropicalista que se preze. Além disso, tem as bases espetaculares, aquela bateria aquela banda, que estão em tantos discos de Raul. Um babaca musical como eu tem de apreciar com reverência. Se Nando Reis me diz que fica embasbacado com “O conteúdo”, entendo que valeu a pena esperar. Eu amava o Camisa de Vênus. Nunca pedi, quis ou esperei reciprocidade de seu front-man. Nem preciso. Uma vez eu disse que Ivan Lins era música e Nirvana era lixo. Ora, eu gosto mais do Nirvana do que de quase tudo que ouvi nas últimas décadas. Mas o jornalismo de rock imitado do britânico me enche o saco. Além disso, é preciso que quem me ouve dizer que adoro Nirvana saiba que é assim sem que eu perca de vista o que há de semelhante entre ele e o Police. Soo muito heterodoxo criticamente? Bem, não será a última vez. Arto Lindsay (que com o DNA e com o Ambitious Lovers criou ao menos dois momentos culminantes da história do rock) e eu aderimos às vaias de “veado! veado! veado!” contra Prince, porque ele estava demorando demais de começar o show (uns caras ficavam passando Brasso nos corrimãos dourados que ele ia usar na apresentação). Rimos. Enfim o show se deu (no Maracanã): foi o melhor que eu já vi na minha vida.

Marighella

Em 1968 eu gostava de Marighella. Lamentei não ter podido participar do filme sobre ele: quase contribuí com apoio logístico para a luta armada (nunca contei isso de público e, como fui preso sem que os milicos tivessem nada contra mim — esse esboço de participação era um segredo entre mim e Lurdinha, minha valente e íntegra colega de faculdade que, como eu, preferira a dissidência de Marighella à sensatez soviética do PCzão —, não quis dar a meus algozes o gosto de confirmar que eles tinham algum motivo justificável para me prender) e, quando a revista “Manchete” publicou capa em que Gil e eu aparecíamos sorrindo no exílio londrino sob a foto de Marighella alvejado, escrevi texto para o “Pasquim” dizendo “Gil e eu estamos mortos. Ele está mais vivo do que nós”. Ninguém entendeu meu texto na época. Ouviram o nome de Marighella numa gravação em que ele não fora pronunciado, mas não captaram o óbvio explicitado nna crônica do “ Pasquim ”. Estar no exílio é também perder a noção de como funcionam as cabeças das pessoas que ficaram dentro do país.

O Brasil precisa dizer ao mundo

Odeio esse papo de imprensa golpista. Mas é fato que a imprensa brasileira tem o Estado oligárquico em seu DNA. E eu amo mais Vargas como figura histórica do que seus detratores. Começou copiando Mussolini, terminou assustando as oligarquias. Grosso modo, o conluio de Vargas com Samuel Wainer é algo mais progressista do que os jornais pró-Lacerda que viraram, anos depois, marchas da família com Deus pela liberdade. Nestas, viu-se que a mistura de plutocracia com moralismo católico vulgar é marca genética de nossas movimentações políticas mais antiga e mais resistente do que a que se revelou com a morte de Getúlio. Os blogueiros lulistas enfrentam internautas malucos herdeiros das marchadeiras. Será que todas as tramoias de Lula com os parceiros mais variados são mesmo mais progressistas do que toda e qualquer crítica que se lhe faça? Não creio. Não creio nem que as tramoias de Vargas, por mais estruturadoras do novo Brasil que tenham sido, devessem ser imunes a críticas — nem à época, nem agora. E a superação do estágio em que Vargas nos deixou requer coragem para que sejamos mais exigentes do que pudemos ser até aqui. Zuenir tocou na ferida, quando decidiu ousar não temer o udenismo. Será ele apenas a voz mais refinada da imprensa golpista? Jânio de Freitas insiste em que o silêncio sobre empresas, mesmo quando se malham políticos, é sintoma de uma sociedade que resiste a mudanças mais fundas. O que é inegável. Mas nem o carnaval contra os corruptos parece possível orientarse. As mesmas pessoas que estavam na primeira fila da passeata dos cem mil ou no comício das diretas ainda estão na festa da posse de Lula. E o povo iletrado só tem a agradecer.Votei em Marina para dizer que o número dos avisados é maior do que se pensa. A contagem dos votos confirmou. Novos critérios. A oposição não pode ser refém de reacionários fanáticos. Se um entrudo antiempresas corruptoras, mesmo com bonecos de Palocci, Dirceu e Nascimento, surgisse de surpresa,seria um sinal de saúde: o esboço de um pós-getulismo progressista, civilizador e moderno, levando o Brasil a dizer ao mundo o que este precisa ouvir.

Bolha

Há uma bolha ideológica que cresce ao redor da internet. Deve estourar como a econômica que a rodeou em sua primeira arrancada. Mas nada disso impedirá as mudanças reais que esse brinquedinho do Pentágono causou, causa e causará em nossas vidas.

O rock acertou, ACM errou

O rock acertou. Procuremos não errar demais agora. Peço perdão a quem de direito pelos meus erros. Mas não gosto de desrespeito aos fatos. Eu poderia explicar a Lobão que “Rock‘n’Raul” é uma canção de amor. Sem dubiedades. Pode não parecer menos confusa do que sua “Para o mano Caetano”, que me fez chorar (e que me levou a compor “Lobão tem razão”). Entendo que ele precisasse jurar que sua música para mim era uma canção de amor. Pode ser que alguns precisem que eu explique por que “Rock‘ n’Raul” também o é. Mas estou certo de que Raul sentiria o mesmo que sinto ao ouvir
“Para o mano Caetano”: amor. E nem sei se ele teria coisas a corrigir, como eu tenho no caso da canção de Lobão: por exemplo, a menção a ACM, como se eu tivesse alguma vez apoiado esse político.
Não desqualifico quem o fez, como Jorge e Zélia, Gal ou Brown. Mas ACM teve que conviver sempre com minha oposição. “Ninguém é meu dono”, era o que ele ouvia de mim. Dizer que ele era sexy era meu preâmbulo para entrar de sola no assunto da superação do caciquismo.
Quando Collor estava caindo, achei nobre que ele e Brizola fossem os últimos a continuar defendendo-o. Mas quando ACM, numa festa, se dirigiu a mim e a Gil para queixar-se d ter que seguir apoiando “esse canalha idiota”, gritei-lhe na cara: “Como você pode falar assim comigo? Vocês da direita sustentaram esse cara que nós fizemos tudo para derrotar e agora vem você me tratar como se estivéssemos juntos?”
Toninho Malvadeza ficou ralo. Olhou ao redor, pálido de raiva, e se afastou de fininho. Odeio ouvir, no avião, “pousaremos no Aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães”.
Não tenho nada contra o falecido deputado. ACM tinha a mania de homenagear seus parentes e amigos mortos usando o espaço público da cidade. O “monumento ao helicóptero desconhecido”,na Garibaldi,
é uma vergonha. Já disse tudo isso de público. Então rio frio quando Lobão repete a sigla ACM na canção que tem meu nome no título. Não atribuí a Raul nada que não lhe fosse pertinente. A “vontade feladaputa de ser americano” deu em Lobão, Teclas Pretas e Racionais.
E o “lobo bolo” é o “Lobo bobo” de Lyra e Bôscoli, em que se troca o “bobo” pelo anagrama de lobo, bolo, que é referência à confusão (quase nunca boba ou desinteressante) que Lobão causa.
Doeu-me ler, no seu envolvente livro (que afinal ele mesmo parece ter escrito) texto meu sobre o caso da lei de numeração dos discos. Ali eu me vejo contrafeito. Duramente claro quanto à retirada de meu nome do abaixo-assinado, deixo entrever algo escuro.
Não tenho rabo preso com interesses econômicos de gravadoras. Sou infantil quando se trata de vida prática e termos jurídicos. Devo ter sido persuadido da urgência de interromper a iminente aprovação da lei tal como estava.
Parece que não atrapalhou a chegada ao resultado conseguido. Mas à primeira olhada não me achei bem na fita. Num final de semana de angústias (além de tudo, vivi perto de Realengo entre os 13 e os 14 anos), sombras amedrontam. Assim vamos aprendendo.
Nem sempre estamos certos de que o sofrimento não serve para nada.